O mundo é dos heads – Ou dos hearts? Tania Savaget e os nomes dos cargos

Fiz a brincadeira do título acima com um amigo. Ambos somos publicitários e já vimos nossos cargos mudarem de nome. Os nossos e o de gente que trabalha com áreas ligadas à economia criativa. O Linkedin é uma enciclopédia deles e, nós mesmos seja para criar novos conceitos ou para resignificar alguns job descriptions, vamos inventando moda. Já fui redatora, copywriter, mas nunca fui head de conteúdo. O amigo já foi planner, promo planner, digital media planner, creative planner e entrevistado para ser head de planejamento pelo head de criaçao e o  head assistant de criaçao.

Começamos a pensar em como vamos criando cargos que, muitas vezes, na prática, nao fazem muito sentido, mas sao a única chance de crescer numa empresa. Tantos coordenadores que nao coordenam nem gente, nem projeto. Tantos gerentes sem equipe pra gerenciar. Fora os Diretores que nao conseguem direcionar porque estao ocupados colocando a mao na massa – ou os que acham que ser Diretor é atuar só da agência pra fora, sem cuidar da equipe, treinar, dar coaching, entender a maturidade
de cada um e quais desafios podem ou nao ser encarados. Acabamos jogando todo mundo na fogueira antes da hora ou controlando tanto que nao damos oportunidades de crescimento ou de olhar as coisas sob outras perspectivas.

Se ser head é ser um especialista em algum determinado assunto, acho que os “heads” que planejam devem ter “nose” pra ir atrás das melhores informaçoes e tendências, mas investir em estar sempre com o “heart” aberto porque, sem empatia e entender de gente, nao se descobre os melhores insights. Para quem quer, de fato, ter equipe, ser coordenador, gerente ou diretor mais do que de projeto, de pessoas, vale estar preparado pra ser “shoulder” em muitas situaçoes, “neck” pra segurar a cabeça no lugar e ter muito “gut feeling” pra tomar decisoes que independem de pesquisas ou conhecimentos técnicos e sao baseadas em experiência e intuiçao. Esse texto parece um grande trocadilho – que eu detesto – mas valeu horas de muita conversa, reflexao sobre carreira e planos pro futuro. Com anglicanismos, mas com afeto.

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