Se vamos nos livrar de alguns enlatados importados, nao devemos criar nvs estereótipos

A Lei da TV por Assinatura, de setembro deste ano, está movimentando a indústria audio-visual brasileira. A ideia é que, até 2014, os canais de filmes, séries, animaçoes e documentários exibam uma quantidade considerável de horas – 3 e meia – de conteúdo 100% nacional no horário nobre. Como mae de meninas, torço para que as novas geraçoes possam se livrar do nada nobre modelo americano de programas para os chamados tweens. Confesso que nao aguento mais os concursos de música e coreografia e o velho padrao populares vs nao populares com suas intrigas, competiçoes e a vitória dos “talentos do bem”.

Se vamos nos livrar de alguns enlatados importados, é importante que a gente aproveite a oportunidade para nao criar novos estereótipos e ir além dos comportamentos do eixo ‘Rio-Sao Paulo’ ou da visao enviesada deste imenso Brasil, tao criativo e com tantas e boas histórias para contar. Imagino que muitos autores nacionais e a nossa interpretaçao sobre autores do mundo todo possam inspirar séries interessantes com boa aceitaçao pelo público de todas as idades.

O fato é que, protecionista ou nao, a lei está trazendo de volta profissionais que estavam estudando e trabalhando em outros mercados, aumentando a quantidade de cursos de roteiro, cenografia, direçao de arte e fotografia, produçao e gestao. Com a internet e os equipamentos mais baratos, como as câmeras digitais, está mais fácil apresentar trabalhos de qualidade para as produtoras e os canais de TV. Para quem sempre sonhou em ser roteirista, acho que a hora é essa. Como dizem os especialistas, cinema é feito de diretores, mas TV é feita de roteiristas. Que venha uma safra de boas ideias e prevaleçam os bons profissionais.

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