Será que o meio ainda é a mensagem? Comunicaçao em tempo de conteúdo e contexto

A expressao do sociólogo canadense Marshall McLuhan sempre foi cercada de alguma polêmica, grupos que concordavam, grupos que discordavam. Quando afirmou que “O meio é a mensagem”, certamente nao imaginava quantos novos meios de comunicaçao iam surgir por aí e como, de fato, eles nao sao meros canais de comunicaçao. Na época, imagino que o que ele queria dizer era que o rádio, a TV, os jornais e as revistas já eram, em si, uma mensagem e, ao escolhê-las, parte da comunicaçao já estava dada, relativizando a importância do conteúdo em si. Hoje, com a imensa fragmentaçao dos meios, nao podemos fazer a mesma afirmaçao. Redes sociais se proliferam, aplicativos de celular entao, nem se fala. E mais: estamos falando entre nós, nem sempre com uma marca ou um canal nos intermediando.

Há algum tempo, o conteúdo ganhou um status de realeza, salvador do marketing e da comunicaçao. Os cursos de branded content se espalham, as plataformas de conteúdo de marca aumentam e expressoes como native advertsing vao entrando na navegaçao nas redes sociais. De fato o conteúdo é cada vez mais importante e, se nao tiver valor, vai ser pulado num click, exatamente como fazíamos quando esperávamos a hora dos comerciais para ir ao banheiro, pegar um café, dar uma voltinha pela casa (gente, me senti um dinossauro descrevendo esta cena). Entao, parece que o meio nao é mais a mensagem, embora em projetos de transmídia seja importante entender o que comunicar em cada plataforma para nao encher o saco do público.

É nesta hora que entra um outro fator: o contexto. Entender o momento que cada pessoa está vivendo antes de sair por aí espalhando mensagens é cada vez mais importante. Esta dupla – conteúdo e contexto – deve estar na pauta de todo gestor de marca, marketing e comunicaçao neste tempo de alta fragmentaçao, que mostra que a segmentaçao está mesmo com os dias contados.

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