É verdade, o mundo acabou – Sobre o partido da Midia Ninja – por Thais Rensi

Eu queria entender uma coisa: como pode a mídia Ninja ser instrumento do PT se eles expoem a Dilma? Cobriram os manifestos na JMJ criticando a atuaçao do governo petista como representante de um país laico.

Sim, eles nasceram na Casa Fora do Eixo, que sim têm relaçoes políticas, como nao? Sendo um hub de coletivos, têm por essência representar anseios populares e humanos, e para isso sao, como todo ser, quer queira quer nao, políticos. O viés, seja de esquerda ou direita, a meu ver é o que menos importa. Antes de instrumento de um partido, eles sao instrumento de um povo. Este é o verdadeiro berço – e seio – da mídia Ninja. Nasceram e se fortaleceram junto aos movimentos, as manifestaçoes populares, organicamente intrínsecos.

Eles estao aí para empoderar estas narrativas, ecoar estas vozes.  Neste momento, o Brasil pergunta onde está Amarildo, e a grande mídia nao se manifesta. A mídia Ninja investigou os fatos, e em breve teremos mais informaçoes. Eles defendem causas, nao bandeiras. Apontar o dedo para a mídia Ninja num gesto acusatório, definindo-os como parte de um partido, e assim rotular, classificar e engavetar esta provocaçao que eles trazem me parece infantil.  É como tentar se esconder colocando um saco na cabeça, numa tática avestruz – “Se eu nao posso ver o perigo, entao ele nao existe”.

Criticar a mídia Ninja dizendo ser do PT é nao querer enxergar sua verdadeira  vocaçao e potencial de representatividade popular, é no fundo ter medo desta convulsao social que estamos assistindo no mundo todo. É querer matar o mensageiro para que a mensagem nao chegue, tapar o sol com a peneira. E sabemos a verdade: o mundo acabou.

O fato é que este mundo que estamos nutrindo é novo. Com ou sem um saco na cabeça, estamos todos no front, somos todos atores desta realidade social, somos nós que a transformamos através das ferramentas que criamos. E que bom ter um meio de comunicaçao popular comprometido como a mídia Ninja, para articular, catalisar e ecoar nossos desejos como cidadaos. Eles sim me representam.

Thais Rensi volta a escrever para o Blue Bus

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