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Um erro de gráfico que virou operaçao política e levou jornalista às lágrimas na TV argentina
Era para ser uma reportagem que mostrava que hoje o poder de compra do salário mínimo argentino é maior do que o do brasileiro. Mas um erro nos gráficos, que inverteu a posiçao dos dados do Brasil e da Argentina, complicou a vida do jornalista Mariano Beristain, que apresentava ao vivo a comparaçao. O mais inacreditável aconteceu depois. O erro de produçao da reportagem de Beristain foi utilizado por alguns jornais em uma operaçao política para colocar em dúvida a veracidade da informaçao de Beristain. No Clarín.com saiu: “Papelao de um canal governista ao explicar a situaçao econômica do país. Já no “Perfil.com foi: “Papelao de um jornalista do canal C5N para que seus cálculos funcionem.” Mentira. Os números de Beristain estavam corretos, mas invertidos. O que a reportagem tentava mostrar é que com 1 salário mínimo na Argentina é possível comprar 447,4 latas de cerveja, 570,2 litros de leite e 159,6 quilos de frango, enquanto que o salário mínimo no Brasil permite comprar 406,9 latas de cerveja, 317,7 litros de leite e 95,8 quilos de frango. No dia seguinte Beristain explicou o erro e a tentativa de manipulaçao dos portais Clarín e Perfil, que acabou repercutindo nas redes sociais. Estava tao angustiado que chegou a chorar ao vivo. “Houve um erro, trabalhamos 24 horas e todos estamos expostos à possibilidade de um erro. A partir disso foi armada uma operaçao política que afetou minha imagem e me desprestigiou”, explicou o jornalista.
dmellenbergs
A não-notícia. Uma comparação para ver quem está pior?!
Marcelo
Daniel, na verdade, a manipulação parte dos dois lados. Se você assistir ao vídeo original, independente do erro, pode-se notar uma clara tentativa de manipular a informação para mostrar um quadro favorável. O jornalista simplesmente quis ignorar os valores que não estavam de acordo com a sua análise e focou somente no que era conveniente. Além disso, outros pontos evidenciam uma análise tendenciosa:
Porque não se usaram produtos iguais ou ao menos uma mesma classe de produto ao comparar Paraguai e Brasil?
Usar um só método de comparação (salário mínimo) para explicar algo tão complexo é, no mínimo, uma análise rasa. Da mesma maneira, mudar radicalmente a base de análise, preço no Paraguai e poder de compra no Brasil, é irresponsável para não dizer algo pior.
Porque ignorou com tanta veemência o salario mínimo Paraguaio (não caio na conversa de informalidade)?
Longe de defender a grande mídia Argentina, sei bem que os escrúpulos passam longe, mas tampouco acredito na mídia Kirchnerista. Devemos ser bastante críticos com ambos os lados.