Julio, com todo o respeito à memória do Grande Nelson Rodrigues, mas acho bem pouco provável que ele tenha sofrido na pele as piores agruras que a maioria dos brasileiros sofre todos os dias, enfrentando horas de desconforto no transporte público para ir e vir, ganhando baixos salários e tendo que trabalhar muito etc. Fica fácil fazer uma análise do resto do país sentadinho e tomando um chopp numa bela praia carioca quando não se é uma parte verdadeiramente integrante do “povo”. Isso equivale a criticar a forma como os portugueses nos colonizaram há 500 anos atrás, escrevendo num iPad e sem ter arriscado a vida numa caravela vagabunda durante semanas em alto mar.
Achei o ducumentario muito bom, pois nosso complexo de vira-latas esta mais vivo que nunca e o Facebook tem deixado isto mais visivel.
Basta ler os comentarios postos a respeito da manifestacao em Brasilia, em que um policial foi ferido na perna por uma flechada de um indio. “Agora sim viramos piada internacional”, e por ai vai o julgamento de nossa classe media que tanto tenta parecer moderna e antenada com a modernidade e se esquece que o que o Brasil tem de melhor esta nas coisas mais simples. Como venho do Sul, eh comum usar a palavra “chinelagem” para indicar algo que nao eh nobre, cosmopolita ou refinado o suficiente, algo rasteiro. Ironico eh pouco ao olhar lojas no mundo inteiro ornamentadas com nossas Havainas colorindo as vitrines de Paris, Londres e Nova Zelandia. Quem diria que a nossa “chinelagem” iria calcar pes nobres. O que nossa classe media nunca entendeu eh que o que nos diferencia eh o que encanta os estrangeiro, ninguem quer ver mais do mesmo, nem que seja quando uma flecha cruza os ares em pleno seculo 21!
Tirinhas da Vida
Julio, com todo o respeito à memória do Grande Nelson Rodrigues, mas acho bem pouco provável que ele tenha sofrido na pele as piores agruras que a maioria dos brasileiros sofre todos os dias, enfrentando horas de desconforto no transporte público para ir e vir, ganhando baixos salários e tendo que trabalhar muito etc. Fica fácil fazer uma análise do resto do país sentadinho e tomando um chopp numa bela praia carioca quando não se é uma parte verdadeiramente integrante do “povo”. Isso equivale a criticar a forma como os portugueses nos colonizaram há 500 anos atrás, escrevendo num iPad e sem ter arriscado a vida numa caravela vagabunda durante semanas em alto mar.
Marcelo duque
Achei o ducumentario muito bom, pois nosso complexo de vira-latas esta mais vivo que nunca e o Facebook tem deixado isto mais visivel.
Basta ler os comentarios postos a respeito da manifestacao em Brasilia, em que um policial foi ferido na perna por uma flechada de um indio. “Agora sim viramos piada internacional”, e por ai vai o julgamento de nossa classe media que tanto tenta parecer moderna e antenada com a modernidade e se esquece que o que o Brasil tem de melhor esta nas coisas mais simples. Como venho do Sul, eh comum usar a palavra “chinelagem” para indicar algo que nao eh nobre, cosmopolita ou refinado o suficiente, algo rasteiro. Ironico eh pouco ao olhar lojas no mundo inteiro ornamentadas com nossas Havainas colorindo as vitrines de Paris, Londres e Nova Zelandia. Quem diria que a nossa “chinelagem” iria calcar pes nobres. O que nossa classe media nunca entendeu eh que o que nos diferencia eh o que encanta os estrangeiro, ninguem quer ver mais do mesmo, nem que seja quando uma flecha cruza os ares em pleno seculo 21!