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Web Summit | Tecnologia, evoluçao digital, regulaçao, democracia, networking, inteligência artificial e… perigo, perigo!
A noite de abertura do Web Summit começou em alto estilo com um ligeiro ar, meio que proposital, de show de rock com intervençoes de personalidades “do mais alto nível”. Tudo porque havia, em alguns, uma leve suspeita que a Madonna fosse uma das convidadas… Tudo a postos, Wi-Fi funcionando, plateia munida de seus equipamentos digitais de todas as geraçoes e aquela euforia inexplicável de estar no lugar certo na hora certa. Nos teloes gigantes, um belo vídeo de autoria do Vhils com imagens de Lisboa, a cidade anfitriã desse evento que está sendo considerado “o maior evento de tecnologia, inovaçao e empreendedorismo do mundo”, nas palavras dos organizadores liderados por Paddy Cosgrave, fundador do Web Summit, ao apresentar os palestrantes de maneira bastante informal.
Sem gravatas e em poucas palavras mas nao tanto, todos que subiram ao palco deram o seu recado revelando empenho, preocupaçoes e um olhar diversificado sobre “essa nova revoluçao, símbolo da nossa civilizaçao”, nas palavras do físico Stephen Hawking, que surgiu no telao para surpresa da plateia. Antes de se despedir, deixou uma mensagem – “A inteligência artificial pode ser a melhor ou a pior coisa para a humanidade”. Confesso que vi preocupaçao nos seus olhos, a única maneira de saber se ele está falando a verdade. A seguir, uma mulher, Margrethe Vestager, comissária europeia, foi recebida para uma entrevista onde falou sobre concorrência, diferenças entre o mercado europeu e o dos EUA, ambiente e condiçoes de trabalho – “Temos que reconquistar a democracia. A sociedade é formada por pessoas, nao por tecnologia”, afirmou na saída debaixo de fortes aplausos. Mais um político, esse um dos mais aguardados da noite, António Guterres, secretário-geral da ONU (Naçoes Unidas), mostrou a que veio fazendo uma crítica aos que querem parar a inovaçao – “Isso é estúpido porque é impossível e porque impede que tenhamos os benefícios (…). É importante que a inovaçao e a tecnologia funcionem para o bem da humanidade”, disse.
Já nas despedidas, o primeiro-ministro António Costa fez a chamada ‘honras da casa’ ao declarar que “o Web Summit nao torna Lisboa apenas a capital do empreendedorismo em inovaçao tecnológica – coloca-a também no coraçao do debate global sobre os grandes desafios da humanidade”. Por sua vez, o autarca (prefeito), Fernando Medina, reafirmou que a parceria da cidade com o Web Summit é “de longo prazo” e ofereceu ao fundador da iniciativa, Paddy Cosgrave, um astrolábio – “Há 500 anos os navegadores cruzaram os mares. Hoje sao vocês, os engenheiros, os empreendedores, os criadores, os inovadores, as start-ups, todas as empresas”. Depois desse final histórico, alguém ao meu lado comentou em seguida – “E a Madonna? Vem ou nao vem?”… Temos futuro!
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